terça-feira, 18 de outubro de 2011

Lista de exercicios

Lista de Exercícios

Olá, pessoal!
Ai está a lista de exercícios de A cidade e as serras para que vocês possam treinar. Daqui a uma semana postarei o Gabarito.
Até mais,
FUVEST 2009 - Leia o trecho de A cidade e as serras, de Eça de Queirós, e responda ao que se pede.
Então, de trás da umbreira da taverna, uma grande voz bradou, cavamente, solenemente:
— Bendito seja o Pai dos Pobres!
E um estranho velho, de longos cabelos brancos, barbas brancas, que lhe comiam a face cor de tijolo, assomou no vão da porta, apoiado a um bordão, com uma caixa a tiracolo, e cravou em Jacinto dois olhinhos de um brilho negro, que faiscavam. Era o tio João Torrado, o profeta da serra… Logo lhe estendi a mão, que ele apertou, sem despegar de Jacinto os olhos, que se dilatavam mais negros. E mandei vir outro copo, apresentei Jacinto, que corara, embaraçado.
— Pois aqui o tem, o senhor de Tormes, que fez por aí todo esse bem à pobreza.
O velho atirou para ele bruscamente o braço, que saía, cabeludo e quase negro, de uma manga muito curta.
—  A mão!
E quando Jacinto lha deu, depois de arrancar vivamente a luva, João Torrado longamente lha reteve com um sacudir lento e pensativo, murmurando:
— Mão real, mão de dar, mão que vem de cima, mão já rara!
[...] Eu então debrucei a face para ele, mais em confidência:
— Mas, ó tio João, ouça cá! Sempre é certo você dizer por aí, pelos sítios, que el-rei D. Sebastião voltara? (Eça de Queirós. A cidade e as serras). 
1) No trecho, Jacinto é chamado, pelo velho, de “Pai dos Pobres”. Essa qualificação indica que Jacinto mantinha com os pobres da serra uma relação democrática e igualitária? Justifique sua resposta.
2) Tendo em vista o contexto da obra, explique sucintamente por que o narrador, no final do trecho, se refere a “el-rei D. Sebastião”.
FUVEST 1995 – Os romances de Eça de Queirós costumam apresentar críticas a aspectos importantes da sociedade portuguesa, freqüentemente acompanhadas de propostas (explícitas ou implícitas) de reforma social. Em A Cidade e as Serras:
3) qual o aspecto que se critica nas elites portuguesas?
4) qual é a relação, segundo preconiza o romance, que essas elites deveriam estabelecer com as classes subalternas?
UNESP 1991 – Leia o trecho abaixo e responda:
“Brancas rochas, pelas encostas, alastravam a sólida nudez do seu ventre polido pelo vento e pelo sol; outras, vestidas de líquen e de silvados floridos, avançavam como proas de galeras enfeitadas; e, de entre as que se apinhavam nos cimos, algum casebre que para lá galgara, todo amachucado e torto, espreitava pelos postigos negros, sobre as desgrenhadas farripas de verdura, que o vento lhe semeara nas telhas. Por toda a parte a água sussurrante, a água fecundante… Espertos regatinhos fugiam, rindo com os seixos, de entre as patas da égua e do burro; grossos ribeiros açodados saltavam com fragor de pedra em pedra; fios direitos e luzidios como cordas de prata vibravam e faiscavam das alturas aos barrancos; e muita fonte, posta à beira de veredas, jorrava por uma bica, beneficamente, à espera dos homens e dos gados… “
Ao longo deste trecho de A cidade e as serras, Eça de Queirós se serve repetidamente da prosopopéia ou personificação, figura que consiste em atribuir a seres inanimados qualidades próprias de seres animados (particularmente qualidades humanas). Releia o trecho e explique o efeito expressivo das prosopopéias ou personificações na descrição das serras e de seus acidentes. Apresente uma passagem do texto para comprovar seu comentário.
UFRS 2001 - Considere o enunciado abaixo e as três possibilidades para completá-lo.
Em “A Cidade e as Serras,” de Eça de Queirós, através das personagens Zé Fernandes e Jacinto de Tormes, que vivem uma vida sofisticada na Paris finissecular, percebe-se
I – uma visão irônica da modernidade e do progresso através de descrições de inventos reais e fictícios.
II – uma consciência dos conflitos que a vida moderna traz ao indivíduo que vive nas grandes cidades.
III – uma mudança progressiva quanto ao modo de valorizar a vida junto à natureza e os benefícios dela decorrentes.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
FUVEST 2007 - Considerado no contexto de “A cidade e as serras”, o diálogo presente no excerto revela que, nesse romance de Eça de Queirós, o elogio da natureza e da vida rural
a) indica que o escritor, em sua última fase, abandonara o Realismo em favor do Naturalismo, privilegiando, de certo modo, a observação da natureza em detrimento da crítica social.
b) demonstra que a consciência ecológica do escritor já era desenvolvida o bastante para fazê-lo rejeitar, ao longo de toda a narrativa, as intervenções humanas no meio natural.
c) guarda aspectos conservadores, predominantemente voltados para a estabilidade social, embora o escritor mantenha, em certa medida, a prática da ironia que o caracteriza.
d) serve de pretexto para que o escritor critique, sob certos aspectos, os efeitos da revolução industrial e da urbanização acelerada que se haviam processado em Portugal nos primeiros anos do Século XIX.
e) veicula uma sátira radical da religião, embora o escritor simule conservar, até certo ponto, a veneração pela Igreja Católica que manifestara em seus primeiros romances.
PUC 2007 - O romance “A Cidade e as Serras”, de Eça de Queirós, publicado em 1901, é desenvolvimento de um conto chamado “Civilização”. Do romance como um todo pode afirmar-se que
a) apresenta um narrador que se recorda de uma viagem que fizera havia algum tempo ao Oriente Médio, à Terra Santa, de onde deveria trazer uma relíquia para uma tia velha, beata e rica.
b) caracteriza uma narrativa em que se analisam os mecanismos do casamento e o comportamento da pequena burguesia da cidade de Lisboa.
c) apresenta uma personagem que detesta inicialmente a vida do campo, aderindo ao desenvolvimento tecnológico da cidade, mas que ao final regressa à vida campesina e a transforma com a aplicação de seus conhecimentos técnicos e científicos.
d) revela narrativa cujo enredo envolve a vida devota da província e o celibato clerical e caracteriza a situação de decadência e alienação de Leiria, tomando-a como espelho da marginalização de todo o país com relação ao contexto europeu.
e) se desenvolve em duas linhas de ação: uma marcada por amores incestuosos; outra voltada para a análise da vida da alta burguesia lisboeta.
PUC 2007 - Eça de Queirós escreveu em 1901 o romance “A Cidade e as Serras”. A primeira parte da narrativa acontece em Paris; a segunda, em Tormes, Portugal. Nessa obra, Eça se afasta do romance experimental naturalista; abandona, então, no dizer de Antônio Cândido, a crítica ao clero, à burguesia e à nobreza e dá apoio às novas camadas suscitadas pela indústria e vida moderna. Está mais próximo das estruturas portuguesas que tanto criticara. Assim, desse romance como um todo, não é correto afirmar que
a) desde o início, o narrador apresenta um ponto de vista firme, depreciando a civilização da cidade.
b) o personagem José Fernandes (Zé) relata a história do protagonista Jacinto de Tormes, valendo-se de sua própria experiência para indicar-lhe um caminho.
c) Jacinto sofre uma regeneração em contato estreito com a natureza, numa atitude de encantamento e lirismo e integra-se, por fim, na vida produtiva do campo.
d) o personagem protagonista se transforma, mas sente-se incompleto porque não consegue o amor de uma mulher e nem tem a possibilidade da constituição de um lar.
e) o protagonista, supercivilizado, detestava a vida do campo e amontoara em seu palácio, em Paris, os aparelhos tecnicamente mais sofisticados da época.
Profº. Antônio Henrique
Gabarito
1) No trecho, Jacinto é chamado, pelo velho, de “Pai dos Pobres”. Essa qualificação indica que Jacinto mantinha com os pobres da serra uma relação democrática e igualitária? Justifique sua resposta.

RESOLUÇÃO: Não, sua relação era paternalista assistencialista, mantendo-se distinção de classe e de privilégio entre ele e os camponeses. Por mais que ele dê esmolas e tente melhorar a vida dos camponeses, a estrutura socioeconômica, da qual ele é beneficiário, continua. 
2) Tendo em vista o contexto da obra, explique sucintamente por que o narrador, no final do trecho, se refere a “el-rei D. Sebastião”.
RESOLUÇÃO: Nesse momento, o narrador retoma o principal mito português: a volta de D. Sebastião, assim associa o paternalismo rural de Jacinto, que retorna da França para Portugal, ao messianismo sebastianista.
Os romances de Eça de Queirós costumam apresentar críticas a aspectos importantes da sociedade portuguesa, freqüentemente acompanhadas de propostas (explícitas ou implícitas) de reforma social. Em A Cidade e as Serras:
3) qual o aspecto que se critica nas elites portuguesas?
RESOLUÇÃO: O conservadorismo e a futilidade.
4) qual é a relação, segundo preconiza o romance, que essas elites deveriam estabelecer com as classes subalternas?
RESOLUÇÃO: Relação assistencialista.
UNESP  – Leia o trecho abaixo e responda:
“Brancas rochas, pelas encostas, alastravam a sólida nudez do seu ventre polido pelo vento e pelo sol; outras, vestidas de líquen e de silvados floridos, avançavam como proas de galeras enfeitadas; e, de entre as que se apinhavam nos cimos, algum casebre que para lá galgara, todo amachucado e torto, espreitava pelos postigos negros, sobre as desgrenhadas farripas de verdura, que o vento lhe semeara nas telhas. Por toda a parte a água sussurrante, a água fecundante… Espertos regatinhos fugiam, rindo com os seixos, de entre as patas da égua e do burro; grossos ribeiros açodados saltavam com fragor de pedra em pedra; fios direitos e luzidios como cordas de prata vibravam e faiscavam das alturas aos barrancos; e muita fonte, posta à beira de veredas, jorrava por uma bica, beneficamente, à espera dos homens e dos gados… “
Ao longo deste trecho de A cidade e as serras, Eça de Queirós se serve repetidamente da prosopopéia ou personificação, figura que consiste em atribuir a seres inanimados qualidades próprias de seres animados (particularmente qualidades humanas). Releia o trecho e explique o efeito expressivo das prosopopéias ou personificações na descrição das serras e de seus acidentes. Apresente uma passagem do texto para comprovar seu comentário.
RESOLUÇÃO: As prosopopéias fazem uma aproximação entre os elementos paisagem e homem, aumentando a identificação do leitor com a natureza descrita.
UFRS  - Considere o enunciado abaixo e as três possibilidades para completá-lo.
Em “A Cidade e as Serras,” de Eça de Queirós, através das personagens Zé Fernandes e Jacinto de Tormes, que vivem uma vida sofisticada na Paris finissecular, percebe-se
I – uma visão irônica da modernidade e do progresso através de descrições de inventos reais e fictícios.
II – uma consciência dos conflitos que a vida moderna traz ao indivíduo que vive nas grandes cidades.
III – uma mudança progressiva quanto ao modo de valorizar a vida junto à natureza e os benefícios dela decorrentes.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
FUVEST 2007 - Considerado no contexto de “A cidade e as serras”, o diálogo presente no excerto revela que, nesse romance de Eça de Queirós, o elogio da natureza e da vida rural
a) indica que o escritor, em sua última fase, abandonara o Realismo em favor do Naturalismo, privilegiando, de certo modo, a observação da natureza em detrimento da crítica social.
b) demonstra que a consciência ecológica do escritor já era desenvolvida o bastante para fazê-lo rejeitar, ao longo de toda a narrativa, as intervenções humanas no meio natural.
c) guarda aspectos conservadores, predominantemente voltados para a estabilidade social, embora o escritor mantenha, em certa medida, a prática da ironia que o caracteriza.
d) serve de pretexto para que o escritor critique, sob certos aspectos, os efeitos da revolução industrial e da urbanização acelerada que se haviam processado em Portugal nos primeiros anos do Século XIX.
e) veicula uma sátira radical da religião, embora o escritor simule conservar, até certo ponto, a veneração pela Igreja Católica que manifestara em seus primeiros romances.
PUC 2007 - O romance “A Cidade e as Serras”, de Eça de Queirós, publicado em 1901, é desenvolvimento de um conto chamado “Civilização”. Do romance como um todo pode afirmar-se que
a) apresenta um narrador que se recorda de uma viagem que fizera havia algum tempo ao Oriente Médio, à Terra Santa, de onde deveria trazer uma relíquia para uma tia velha, beata e rica.
b) caracteriza uma narrativa em que se analisam os mecanismos do casamento e o comportamento da pequena burguesia da cidade de Lisboa.
c) apresenta uma personagem que detesta inicialmente a vida do campo, aderindo ao desenvolvimento tecnológico da cidade, mas que ao final regressa à vida campesina e a transforma com a aplicação de seus conhecimentos técnicos e científicos.
d) revela narrativa cujo enredo envolve a vida devota da província e o celibato clerical e caracteriza a situação de decadência e alienação de Leiria, tomando-a como espelho da marginalização de todo o país com relação ao contexto europeu.
e) se desenvolve em duas linhas de ação: uma marcada por amores incestuosos; outra voltada para a análise da vida da alta burguesia lisboeta.
PUC 2007 - Eça de Queirós escreveu em 1901 o romance “A Cidade e as Serras”. A primeira parte da narrativa acontece em Paris; a segunda, em Tormes, Portugal. Nessa obra, Eça se afasta do romance experimental naturalista; abandona, então, no dizer de Antônio Cândido, a crítica ao clero, à burguesia e à nobreza e dá apoio às novas camadas suscitadas pela indústria e vida moderna. Está mais próximo das estruturas portuguesas que tanto criticara. Assim, desse romance como um todo, não é correto afirmar que
a) desde o início, o narrador apresenta um ponto de vista firme, depreciando a civilização da cidade.
b) o personagem José Fernandes (Zé) relata a história do protagonista Jacinto de Tormes, valendo-se de sua própria experiência para indicar-lhe um caminho.
c) Jacinto sofre uma regeneração em contato estreito com a natureza, numa atitude de encantamento e lirismo e integra-se, por fim, na vida produtiva do campo.
d) o personagem protagonista se transforma, mas sente-se incompleto porque não consegue o amor de uma mulher e nem tem a possibilidade da constituição de um lar.
e) o protagonista, supercivilizado, detestava a vida do campo e amontoara em seu palácio, em Paris, os aparelhos tecnicamente mais sofisticados da época.